A recusa, à última hora, de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, a encontrar-se com o para Francisco só diz do seu crescente e patético isolamento mundial, a só se comparar ao Kim Jong-um, da Coréia do Norte. Vem de par com sua crescente rejeição ao regime democrático, chegando, hoje, ao sufoco das menores manifestações de dissenso em seu país. E aí estão as sucessivas greves de fome dos seus principais opositores, envolvendo candidatos à Presidência e juízes da Corte Suprema. A fuga do encontro com Francisco deu-se às vésperas da sua ida à Rússia e a Havana, após o contato com Raúl Castro, que, por sua vez, evocou a sua educação católica e a marca confessional da população cubana. A desculpa foi a uma coriza violenta, somada a uma dor de ouvido, e o veto do corpo médico interditando a viagem aérea do presidente. Vai-se ao cômico-patético da desculpa, e aposta-se na proibição de nova data para o encontro, no Vaticano.
O isolacionismo de Maduro se agrava, tanto o Paraguai, a Bolívia e o Equador serão objeto da próxima viagem de Francisco à América latina. Só cresce o clamor internacional como o que ora se eleva contra maduro, que enfatiza, agora, a ida de Felipe Gonzáles, ex-chefe de Estado da Espanha, na “visita da democracia”, como enviado de uma larga cobrança das Nações Unidas.
Falharam nas ruas de Caracas as concentrações pró-Maduro, e González se propõe a um retorno para forçar o diálogo para uma possível descompressão, à qual já parecem aderir membros do seu próprio governo.
De toda forma, o sucessor de Hugo Chávez, de vez, depara o fenecimento do largo horizonte da América bolivariana e a condenação ao isolamento no próprio continente, tanto mais lá fora. Mas, talvez, a lhe servir de consolo, no aceno de Kim Jong-um, o surgimento de um eixo Caracas-Pyongyang.