Quase no final da Segunda Guerra Mundial, o coronel Stauffenberg conseguiu entrar numa das tocas em que Hitler, reunindo membros de seu Estado-Maior, examinava mapas com as últimas informações de seus exércitos. O coronel fazia parte da Operação Valquíria, destinada a matar o tirano. Dentro de uma pasta levava uma bomba programada para explodir todos eles, menos o próprio coronel que teria tempo para sair do recinto.
Colocou a pasta perto de Hitler, mas um dos auxiliares do ditador achou que ela podia atrapalhar o movimento da reunião e chutou-a para embaixo da mesa. O estrago foi geral, mas Hitler saiu com leves ferimentos e com a calça de seu uniforme em frangalhos. Foi o atentado mais sério sofrido pelo líder nazista.
Em Londres, quando Churchill soube da tentativa, perguntou a seu secretário: "Nós estamos envolvidos neste caso?".
A resposta foi negativa. "Ainda bem!" comentou o primeiro ministro da Inglaterra
Este fato marginal da última guerra mundial pode explicar a razão pela qual alguns líderes tucanos já se manifestaram contra o impeachment de dona Dilma. O desgaste da presidente tende a aumentar, sua guerra parece perdida com ou sem impedimento. Como no caso de Hitler, ela pode escapar de uma solução radical.
E assim como o ditador nazista, que se suicidaria meses depois, e afastada a terrível hipótese que ninguém lhe deseja, pelo contrário, queremos que ela viva muito com bastante saúde, dona Dilma estará condenada a carregar consigo a responsabilidade pela corrupção reinante, pelo fracasso de sua política econômica.
As oposições, sobretudo as lideranças do PMDB, como a de FHC, não precisarão apelar para recursos extremos. Basta apenas uma investigação isenta e honesta deixando rolar o curso da história.