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Impeachment

 

O nome é feio e o significado é mais feio ainda. No entanto, a palavra está sendo falada e escrita, com perigosa insistência, tanto no jornais como nas tevês, na internet, e repetindo Nelson Rodrigues: nos botecos e velórios.

As coisas não estão indo bem para o Brasil nem para dona Dilma. Sou supersticioso e o Paulo Coelho me ensinou a ver ( e a entender ) os sinais. Aquele 7 a 1 da Alemanha em cima do Felipão foi mais do que um sinal. Foi advertência, quase um prognóstico.

No momento em que escrevo, o balanço da situação não podia ser mais nefasto, a menos que o Banco do Brasil falisse vergonhosamente. E o Cristo Redentor recolhesse seus braços abertos sobre a Guanabara e nos desse, também vergonhosamente, uma banana. De acordo com a nossa megalomania, seria a maior banana do mundo e da história.

Ainda não chegamos ao fundo do poço mas estamos longe de ver a luz no fim do túnel.

As ameaças aí estão: racionamento de água e energia, escândalos cada vez maiores, crises na saúde e na educação, a volta da velha senhora que atende pelo nome de inflação e, até mesmo, o vinagre em que se meteu o homem que é considerado o mais rico entre os ricos. Para quem perdeu a Luma de Oliveira, perder alguns tostões não é nada.

Quem também perdeu alguma coisa foi dona Dilma, e com ela o próprio PT, que se vendia como uma vestal, um varão de Plutarco. O escândalo do mensalão atingiu Lula, que ficou com a fama de saber tudo.

O escândalo da Petrobras, queiram ou não queiram os milhões de eleitores que votaram nela, também se perguntam se ela não sabia o que ocorria na nossa maior estatal.

Sinceramente, acredito que não. Mas está sendo um descomunal abacaxi, para ela e para o Brasil.

Folha de S. Paulo (RJ), 10/02/2015