Depois de quatro anos de intensa luta, o Ministério do Desenvolvimento Social e de Combate à Fome, numa sábia e justa decisão da Ministra Teresa Campello, renovou o registro de entidade de assistência social requerida pelo Centro de Integração Empresa-Escola do Rio de Janeiro, até dezembro de 2015. Pode assim a instituição conceder os seus Certificados de Filantropia, para tanto contando com os efeitos da Portaria nº 208, de 16 de outubro de 2014, assinada pela dra. Denise Ratman Arruda Colin.
O CIEE, com esta boa notícia, pode comemorar toda com toda tranquilidade os 50 anos de uma existência toda ela dedicada à assistência social e à educação, num trabalho ímpar, agora reconhecido. Certamente, a medida deverá redundar na ampliação dos seus já expressivos números: 31 mil estagiários e 7 mil aprendizes legais somente no Rio de Janeiro.
O motivo maior da demora, na liberação dos chamados Cebas, foi uma aparente divergência sobre a abrangência do conceito de assistência social. A Secretaria Nacional de Assistência Social, depois de inúmeras reuniões, entendeu que o CIEE realiza também um grande trabalho de assistência social, como pode ser verificado, por exemplo, nas ações desenvolvidas junto a pessoas com deficiência de toda natureza. Isso resulta na abertura do mercado de trabalho, junto a empresas fluminenses para os portadores de tais deficiências e que sejam capazes, através de adequado treinamento, de exercer funções compatíveis com as suas limitações.
Além disso, a própria distribuição de bolsas-auxílio aos jovens inscritos no CIEE (talvez a maior ONG brasileira) configura um atendimento social de primeira ordem. Como considerar de outra forma o que representa para eles o recebimento do seu primeiro salário? É uma forma, igualmente, de reduzir o impacto da evasão que marca o nosso atual ensino médio. Jovens desistem dos estudos por absoluto desinteresse no que lhes é ensinado, mas também pela falta de perspectiva em relação ao mercado de trabalho.
A situação é paradoxal. Enquanto se assinala esse fenômeno, empresários reclamam do baixo nível de oferta em empregos de nível intermediário, além da precária qualificação dos que se apresentam para trabalhar. O treinamento do CIEE supre de forma competente esse fato, hoje reconhecido em nosso Estado. Com uma outra particularidade: instituições oficiais, primeiro de modo desconfiado e depois com certeza absoluta passaram a se interessar por esses programas, aos quais aderiram de maneira inequívoca. Só dois exemplos são suficientes para corroborar esse ponto de vista. Primeiro o grande número de jovens do CIEE que se encontram estagiando no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, espalhados pelas suas mais diversas comarcas, e em segundo lugar pela crescente demanda registrada ela Defensoria Pública, que recebeu a incorporação aos seus serviços de mais de 1.000 jovens. É um caminho sem volta. Também o CIEE de Pernambuco teve renovados os seus Certificados de Filantropia.