Essa publicação faz parte da coleção Série Essencial
Henrique Maximiano Coelho Neto viveu uma das fases mais ricas da literatura brasileira, contemporâneo de Machado de Assis, Euclides da Cunha, Olavo Bilac, Cruz e Sousa. Desfrutou de imenso prestígio. Reverenciado como uma força da natureza, reconhecido por Machado de Assis como um “dos nossos primeiros romancistas”, publicou mais de cem obras, muitas delas com várias edições, o que afirma a simbiose entre autor e público. Como escritor, foi homem de seu tempo e de outros tempos, graças à imaginação fértil e, por vezes, descontrolada. Se gozou da glória em vida, conheceu também o inferno (ou apenas o desdém) literário, a partir da Semana de Arte Moderna de 1922, quando sua obra passou a ser negada e ridicularizada.
A ofensiva, articulada pelos jovens modernistas, acabou se impondo como uma espécie de juízo definitivo da posteridade. Coelho Neto tornou-se sinônimo de escritor empolado, retrógrado e de mau gosto. [...] Ubiratan Machado