Essa publicação faz parte da coleção Série Essencial
Ao compor uma síntese biográfica de Afonso Arinos de Melo Franco, não desejo opinar sobre pensamentos e palavras, obras ou omissões de quem me foi tão próximo. Assim, antes de resumir, em breve sinopse, aquela vida tão intensa, trabalhosa e fecunda, valer-me-ei, o quanto possível, das opiniões de terceiros. E dentre estes, desde logo, a do seu amigo mais antigo e talvez mais próximo, Pedro Nava, no livro-entrevista O Intelectual e o Político: Encontros com Afonso Arinos: “Escrever sobre Afonso Arinos de Melo Franco é como abordar um mundo. Principalmente para quem o faz menos mandado por motivações intelectuais que pelas que nascem do coração. Como englobar em escassas páginas cada uma das múltiplas facetas desse poliedro humano? Eis aí a primeira perplexidade. Falar de quem? Do poeta, do ensaísta, do crítico, do cronista, do historiador, do biógrafo, do memorialista, do tratadista de direito, do teórico político, do revolucionário, do oposicionista, do secretário estadual, do deputado, do senador, do ministro, do embaixador, do mineiro, do brasileiro, do ibero-americano ou do latino?”.
Ainda Nava, em prefácio a A Alma do Tempo, reconhece, no tocante a Afonso Arinos, “que nadaria de braçada se fosse fazer sua biografia”, mas sentia-se “estranhamente tolhido pelo limite que me foi imposto pela natureza desta nota: apenas 30 linhas datilografadas. Aqui vão elas, pobres varetas da gaiola em que tento captar essa ave de alto voo, esse pássaro de imensa envergadura – uma das figuras mais impressionantes de homem, intelectual e estadista com que tenho convivido em minha longa existência”. [...] Afonso Arinos, filho