Leio nas folhas que os responsáveis diretos pela seleção nacional, que disputa a Copa das Copas, contrataram uma psicóloga para fazer uma espécie de terapia para que os nossos craques equilibrem suas emoções que geralmente afetam o desempenho deles. No passado, tivemos alguns casos que ficaram famosos.
Em 1939, na Copa Roca, o jogo contra a Argentina estava empatado, houve um pênalti a nosso favor. Os "hermanos" reclamaram tanto da penalidade que decidiram sair de campo, deixando o gol livre. O técnico Ademar Pimenta escalou Perácio, o grande artilheiro da época para bater a penalidade contra o gol vazio. Ele teve uma crise de choro, tremeu tanto que quase chutou para fora.
Em 1954, no jogo contra a Hungria, com seu famoso escrete (Puskas e companhia), nosso goleiro Castilho entrou em campo destroçado, tremeu tanto que aos dez minutos do primeiro tempo já tinha engolido dois frangos assombrosos, mandando o Brasil para casa, sendo substituído, na seleção e no Fluminense, por Veludo, seu reserva, tão bom ou melhor do que o titular.
Em 1958, na Suécia, a primeira Copa vencida pelo Brasil, o técnico Feola pediu que mandassem feijão, nossos craques não se habituaram ao cardápio sueco, estavam deprimidos e mal alimentados. A CBF mandou feijão e um cozinheiro. O Brasil ganhou a Copa.
Em princípio, não tenho nada contra a terapia, mas no caso, prefiro o feijão. Não é hora de Freud nem de Lacan. Escrevo esta crônica antes do jogo do Brasil e da Colômbia. Ninguém está satisfeito com a seleção, nem mesmo o Felipão. O reforço pedido me parece inútil, ou despropositado.
A seleção do Brasil está no Brasil, onde feijão não falta. Ao contrário do que houve na Suécia, nossos craques não terão que encarar o "smörgarsbord" no almoço e no jantar.