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As oposições empatadas

 

Deparamos, nestes dias, nova queda do apoio a Dilma. Mantêm-se, entretanto, as certezas do primeiro turno, e o eleitorado de base não foi atingido pelos escândalos da Petrobras, depois do Mensalão.

A substituição dos governadores não auxilia as oposições, a não ser em Pernambuco, onde a máquina de Campos parece, mais do que nunca, azeitada para levar à frente sua campanha. Não é o caso de Minas, mormente após o prefeito de Belo Horizonte transformar-se em nova e autônoma variável no futuro pleito.

Desnecessário pensar-se no reforço do situacionismo com a troca de Dilma por Lula no próximo pleito. Nesta altura, o recuo da presidente implicaria o reconhecimento de uma fraqueza que, no entanto, não abala -quaisquer noves fora - a segurança das distâncias com os opositores, já no primeiro turno. Por outro lado, ainda, o inquérito da Petrobras entra em muitos desvios e esperas que amortecem, diante da opinião pública, a vaga moralista das primeiras semanas. A completa dissociação da presidente em relação às CPls é outro dado firme da campanha.

O que mais importa, entretanto, é, até agora, o empate das oposições no trabalhar-se no mesmo antagonismo ao governo, em vez de, desde já, disputar alternativas do eleitorado anti-Dilma. Tanto o PSDB quando o PSB repetem, monotonamente, a necessidade da mudança, mas permanece indefinido o somatório das propostas. Não se contrapõem uma direita ou uma esquerda do PT no poder. Sobretudo, não aposta o PSB, por enquanto, num apetrechamento nítido do aparelho público, na infraestrutura do nosso desenvolvimento.

Ademais, tanto Aécio como Campos mantêm o mutismo na crítica da política externa do País. E nessa mesma medida que o governo, ao contrário, pode trazer ao eleitorado indiscutível novo avanço da nossa liderança internacional, no melhor do que o país assume, dentro da emergência dos BRICS e do nosso vulto supracontinental, com a incisiva presença africana.

Por outro lado, Dilma vem de repetir que as novas tônicas de um futuro governo no campo das redistribuições de rendas, e do aumento de tributos, esperarão o sucesso do novo pleito. As oposições lutam, agora, contra o tempo para, de fato, propor efetivo e verdadeiro contraponto de alternativas, mas é cada vez mais retórico o clamor pela dita "mudança brasileira".

Jornal do Commercio (RJ), 11/4/2014