Não é preciso ter alma oposicionista para verificar que o ensino no Brasil está longe do desejável. É inegável que estamos a melhorar mas falta uma longa caminhada a necessariamente ser realizada. Na véspera do Carnaval, censo nacional mostrou o de quanto carecemos, nós e o MEC. É um horror. Comparados nossos números aos da Coreia do Sul é de avermelhar de vergonha. Os governantessabem disso. As famílias, também. Professores e alunos, mais ainda.
O que se tornou exponencial no tal censo é a relevância do ensino básico como instrumento fazedor do crescimento econômico e do desenvolvimento social.
É uma beleza a incorporação de mais gente a camadas mais altas da população. É uma beleza contudo para fazer o que? Para ser o que? Para fazer e para ser mais só com educação e saúde.
Não me impressiono com os números. Eles apontam o que já sabemos de deficiências. Impressiona é a natureza passiva de certos gestores diante de tudo.
Por outro lado, quem como eu, já ensinou no básico e no universitário, confere que sem aquele, este não existe. Sem o básico, nada feito, é casa montada sem alicerce.
Assim, iniciativas vitoriosas como a ESEM, mantida no Rio de Janeiro pela Confederação Nacional do Comércio, deveria ser repetida obsessivamente por quem tenha condições de fazer igual, a partir do sistema governamental como carro puxador.
Aquele centro de ensino integrado, que os membros da Academia Brasileira de Letras frequentam com regularidade, para aulas e debates, merece ser melhor conhecido. É preciso visitá-lo, gente. Visitar e tomar lição de como é possível dar vida intensa a um núcleo de ensino integral.
Essas escolas de ensino médio fariam avanços salvadores na educação nacional. É caro, eu sei. No entanto, é mais caro fazer ensino na base de amadorismo ou de cidadania canhestra.
Cada vez que vou lá mais me incluo a considerar que a ESEM aponta o bom caminho. Fazer bem feito é mais barato.
Jornal do Commercio (RJ), 28/2/2014