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A hora da responsabilidade social

 

O estágio é fundamental como ideia do primeiro emprego. É a inserção inicial do jovem no mercado de trabalho. No Centro de Integração Empresa-Escola do Rio de Janeiro (CIEE/Rio) temos um percentual muito significativo de 72% de permanência dos jovens nos locais em que estagiaram. Esse percentual mostra não só a relevância do jovem no mercado profissional, mas também um crescimento expressivo no contingente de estagiários que atuam hoje em empresas de diversos segmentos.

O CIEE tem, hoje, 3.200 empresas associadas, 26 mil estagiários ligados a elas, além de 3 mil aprendizes. Os números são muito animadores, principalmente quando o país está em pleno desenvolvimento e gerando cada vez mais oportunidades de trabalho.

O reconhecimento das empresas que defenderam a responsabilidade social no estímulo ao primeiro emprego levou o CIEE/Rio a criar o Prêmio Responsabilidade Social, que este ano está na terceira edição. O prêmio visa estimular ainda mais a utilização de mão de obra do estagiário por parte das organizações. Aqueles que ganham servem de exemplo para os outros. Foi pensado exatamente para que nós pudéssemos mostrar à sociedade brasileira o apreço que temos pelo esforço de empresários e instituições que devotam a vida às causas públicas. Com isso, temos feito as premiações, cujos homenageados são selecionados pelo Conselho de Administração do CIEE-Rio e, felizmente, com grande repercussão.

A atuação com responsabilidade social já é vista como um diferencial positivo do mercado nos dias de hoje e a reação é sempre muito boa. O exemplo deles serve de estímulo para outras organizações, para que elas se liguem ao fenômeno dos estagiários.

Na formação universitária, responsabilidade social também pode ser inserida. As universidades estão cada vez mais sensibilizadas. Todas as vezes que procuramos uma universidade para essa mobilização encontramos guarida. Temos 12 postos de atendimento em todo o estado do Rio de Janeiro e muitos deles estão situados nas grandes universidades brasileiras.

Vemos a formação dos universitários para o mercado de trabalho com entusiasmo e preocupação. Entusiasmo porque é um esforço crescente. E preocupação porque precisa ser qualitativamente aperfeiçoado. Esse é o esforço em que estão empenhados autoridades e educadores. No Rio, especialmente, isso é importante porque há uma defasagem muito grande entre o que as chamadas boas escolas estão ministrando aos alunos e o ensino na rede pública, de forma geral. Esperamos que essa desigualdade desapareça, para o bem do sistema.

As empresas buscam nos estagiários uma série de condições: simpatia, iniciativa, respostas inteligentes. Nas entrevistas, é decisiva a maneira como o estagiário se comporta, além da sua postura e forma de se vestir. A atitude do candidato precisa ser positiva. A instituição de ensino que ele frequenta e a experiência anterior são levados em conta sempre. Temos uma constatação muito interessante: tanto faz ele vir de uma escola considerada classe A quanto de outra de menor cotação. O que importa é a entrevista, é a prova que ele faz diante do futuro empregador. A ideia de que os alunos que provêm da escola pública têm menos chances não é verdadeira.

Não são todas as empresas que podem ser qualificadas como sendo as que adotam o princípio da responsabilidade social. Muitas vezes as organizações têm outras preocupações. Entendemos que devemos prestigiar todas aquelas que estão ligadas exatamente a este exemplo que vem de fora, de outros países. Hoje em dia, nas nações mais desenvolvidas do mundo, é muito comum as empresas também se pautarem pela responsabilidade social. E, felizmente, no Brasil, em boa hora, está ocorrendo esse tipo de premiação.

Correio Braziliense, 26/11/2010