Não esqueço o último programa feito para a TV pelo ex-presidente Figueiredo. Era, na forma e no conteúdo, a prestação de contas do que ele havia feito e conseguido em seu longo mandato. Não me refiro àquela entrevista pessoal que concedeu ao Alexandre Garcia, pedindo que o esquecessem — um pedido ocioso, pois seria esquecido mesmo.
Estou lembrando o programa institucional não apenas de seu governo, mas, de certo modo, de todos os seus antecessores militares. Evidente que falou na anistia, no retorno dos exilados, na abertura política que estava em processo. Falou, sobretudo, de suas obras e realizações.
No desfile das maravilhas, lá estavam o Pão de Açúcar, o Cristo Redentor, a mata atlântica, a imensidão verde da floresta amazônica, as cataratas da Foz do Iguaçu e um belíssimo pôr do sol, se não estou enganado, em Campos do Jordão.
Lembro aquele programa porque Lula está chegando ao fim de seu segundo mandato. Não faz muito tempo, ao inaugurar a plataforma que dará relativa autossuficiência de petróleo ao Brasil, ele encampou 50 anos de lutas pela criação, crescimento e sucesso da Petrobras.
Deixou a impressão de que, sem ele, e sem as maravilhas de sua equipe, voltaríamos ao tempo dos lampiões de querosene e dos carros puxados por bois.
Já disse e repito que admiro Lula pelo seu jeitão. Aproveitando o final de seu governo, ele mergulhou fundo na campanha eleitoral para eleger a sua candidata, Dilma Rousseff.
Ao contrário de Figueiredo, não está pedindo que o esqueçam. Pelo contrário, pede, indiretamente, que o elejam de novo, para termos direito não apenas aos barris da Petrobras e ao pré-sal ,mas ao Corcovado, ao Pão de Açúcar, à mata Atlântica etc.etc.