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Exposição Coletiva 3

Sobre: 

As obras reunidas em Coletiva 3, exposição concebida por Rose Ribeiro, trazem ao público um vislumbre da pujança e multiplicidade das expressões artísticas nossas contemporâneas, especialmente pelo fato de os artistas seguirem por três caminhos, perfeitamente diversos, mas que sempre conservam alguma complementariedade, como é comum no território da estética.

Rogerio Martins se expressa, em seus cortes e superposições de imagens e de formas, num expressionismo violento, onde a distorção, a mutilação ou a recomposição da figura humana e de outras figuras parece refletir algo que poderíamos chamar – para usar um título de Freud - de mal-estar na civilização. Acima ou à margem de qualquer análise racional, nessa região que só a arte, com a sua fusão de forças conscientes e subconscientes, pode atingir, há algo de crítico e ácido na contundência de suas obras.

Já nas colagens e outras técnicas de Lucas Reis o que encontramos é um abstracionismo geométrico altamente bem estruturado, morfológica e cromaticamente, ainda que na montagem de fragmentos de textos e de outros resquícios do humano, nessa desagregação da linguagem e da tipologia, algo de semelhante à angústia que julgamos encontrar em Rogerio Martins também esteja presente, sem nunca abalar a unidade exata de cada obra.

Rose Ribeiro, por outro lado, segue por um dos caminhos de simbiose ou hibridismo entre as artes, tão característicos de nossa época, com Úbere, um vídeo de efeito inegavelmente hipnótico realizado a partir da manipulação de imagens suas. Afastando-se apenas parcialmente do abstracionismo obviamente estático de suas admiráveis telas, ela cria essa fusão de forma, som e movimento onde tudo parece primevo, orgânico, poderíamos dizer biológico, ou mesmo carnal.

Como podemos constatar, três caminhos, três visões, três mergulhos - com a inarredável perplexidade - no que somos no cosmos e no que o cosmos é em nós.