Os Indiferentes
Como chegar ao Rio de Janeiro de agora, e a uma pálida ideia de futuro, senão pelo desenho das crianças? Dão início às primeiras tentativas de traduzir o mundo interno, a espessura dos afetos, o modo pelo qual se inscrevem no corpo da mãe e da casa que coincidem. E depois o desenho do quintal e arredores, uma porta, duas janelas. No alto, à esquerda, como a proteger a casa, um sol radiante. Uma árvore, bem entendido, as primeiras imagens do rosto e da família. A cidade e o mundo são a última fronteira da subjetividade, no tempo em que dobrar a esquina era uma conquista sem precedentes.