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Artigos

  • O ano de Machado

    Estamos no ano de centenário da morte de Machado de Assis (1839-1908). O programa de comemorações abrange praticamente todos os setores, de conferências em várias partes da cidade a lançamentos de livros de e sobre Machado, eventos de rua, com teatros municipais apresentando peças de Machado, reedições da obra machadiana.

  • A salvação pela poesia

    Entre os desesperados de nosso tempo, houve um que foi salvo pela poesia. Seu nome? Paul Claudel. Que era desesperado, não há a menor dúvida. Mas diferente de outros, diferente de Bernanos, de Graham Greene, de Kafka, de Francis Thompson, de Huysmans. A base da ação dramática de romancistas como Bernanos e Greene é a certeza da condenação pelo pecado. Foi o critico francês Jean Roy quem chamou de "cristianismo da danação" a obra desses dois escritores.

  • Um poeta esquecido

    Poeta que se destacou na sua geração, acha-se hoje Nilo Aparecida Pinto (1915-1974) praticamente esquecido. Mineiro de Caratinga, exerceu o cargo de auxiliar direto de Juscelino Kubitschek na Presidência da República. Passou os primeiros 20 anos de sua vida em Vitória do Espírito Santo, onde se formou em Direito e iniciou sua carreira de jornalista e de escritor.

  • No Brasil ainda tem gente da minha cor?

    Finalizando o período da exposição de minha coleção africana no Sesc Madureira, "África - Arte do tempo", lançaremos o livro "No Brasil ainda tem gente da minha cor?, de Zora Seljan, no dia 28 de março. Sua primeira edição foi realizada pela Prefeitura da Cidade de Salvador, Bahia, e lançada em julho de 1978, em comemoração aos "90 anos da Abolição" e aos festejos da "Independência da Bahia".

  • O novo Quincas

    Tenho para mim que três narrativas mais ou menos curtas serão, para a ficção do futuro, consideradas típicas do clímax de qualidade que a narrativa literária atingiu no mundo, no período que veio de Tolstoy até os dias de hoje. São "A morte de Ivan Ilitch", do próprio Tolstoy, "O velho e o mar", de Ernest Hemingway, e "A morte e a morte de Quincas Berro Dágua", de Jorge Amado.

  • Nélida ensaísta

    O ímpeto que leva um escritor a fazer um poema difere do que o conduz a contar uma história e mais ainda quando busca o ensaio literário. O poema pede a visão instantânea de uma realidade insuspeita, que o poeta capta e procura colocar em ritmo adequado e palavras exatas. A narrativa, por sua vez, se subordina a leis do tempo, a um determinado decorrer de acontecimentos e, por avançada que seja sua técnica, através do contraponto, de cortes inesperados, de aprofundamentos psicológicos, a história, o enredo, têm de ser contados, impondo-se à consciência de quem narra.

  • Um mestre do ensaio

    O movimento literário brasileiro de 1922 não foi, evidentemente, provocado só pela atração da moda. Não deixou, contudo, de criar a maior adesão a um novo modo de serem as palavras utilizadas na literatura do País. Há uma corrente de significados que um escritor tem necessidade inadiável de colocar em palavras, e ele compreende, num certo momento, que os formatos até então usados se gastaram de tal maneira que a força de um comunicado não consegue mais passar através deles.

  • Memória de Josué

    A exposição comemorativa pelos cinqüenta e três anos de posse de Josué Montello, "Memória literária de Josué Montello", inaugurada agora na Academia Brasileira de Letras e que ficará até 30 de maio, no Centro de Memória da Casa, vem fazer justiça a um escritor que viveu tempo integral de dedicação à literatura, à cultura brasileira e ao livro. Além de ter deixado alguns dos melhores romances, ensaios e obras de conteúdo histórico, foi também um lutador em prol de um cada vez melhor sistema de educação no país.

  • Cultura popular

    A presença do embaixador Jerônimo Moscardo na presidência da Fundação Alexandre de Gusmão está levando ao povo um conhecimento maior de nossa história e de nossa cultura, numa continuação de seu trabalho desde que foi Ministro da Cultura do governo Itamar Franco. Embaixador na Romênia, ali desenvolveu uma atividade incessante no setor: fundou uma biblioteca brasileira, ligada à própria universidade local, promoveu a tradução de inúmeros livros brasileiros inclusive uma, de Gilberto Freire, nos 50 anos do lançamento de "Casa Grande e Senzala" no Brasil.

  • Ficção como denúncia

    O Quixote brasileiro: foi assim que Oliveira Lima, em 1916, classificou Lima Barreto. Por que o teria feito? Veria uma ligação maior entre o herói de Cervantes e o inventor de Policarpo Quaresma? Achava Oliveira Lima que os personagens de Lima Barreto representavam com perfeição o homem brasileiro. Como Quixote representava o povo espanhol.

  • A luta de um educador

    A base de tudo é o conhecimento, e a base do conhecimento é a educação. É por isto que, no Brasil de hoje, precisamos repetir o lema com o qual o líder chinês dos anos 80 do século passado, Deng Chiao-Ping, definiu como programa dos quinze anos seguintes de seu governo: educação, educação, educação. Com esse programa Deng Chiao-Ping transformou um país cheio de problemas de então na potência que a China é hoje.

  • O chão de Athayde

    O chão de Austregésilo de Athayde foi o jornalismo. Belarmino Maria Austregésilo de Athayde realizou-se na literatura feita para jornal. Tendo sido a figura mais importante da Academia Brasileira de Letras ao longo de mais de três décadas, nesse período mudou a Casa de Machado de Assis, dando-lhe nova e mais sólida estrutura.

  • Uma história de amor

    Houve uma casa, situada no Rio Vermelho, Salvador, Bahia, em que a literatura brasileira ganhou muitos de seus melhores livros. Lá Jorge Amado fixou para sempre a imagem de Quincas Berro Dágua e Zélia Gattai foi ao passado para eternizar os anarquistas italianos que davam graças a Deus por serem o que eram. Naquele banco do jardim da casa do Rio Vermelho, Zélia entregou a Jorge o original desse primeiro livro seu, que o espantaria pelo modo pessoal e direto com que Zélia buscara o passado e contara uma história verdadeira de sua família.

  • A força de uma poesia

    Ganha a poesia brasileira, cada vez mais, um ritmo de canção que pode ter recebido um antigo impulso no livro "Canções", de Cecília Meireles. Ainda há pouco também Carlos Nejar publicou suas "Canções" cuja força aqui realçamos em artigo recente. Recebo agora o livro "Cantares", de Lúcia Fonseca, digno de figurar entre os belos volumes de poesia publicados entre nós. Veja-se a beleza de seus versos em "Noturno II".

  • A emoção posta em verso

    Costumo dizer que neste País, a poesia é das coisas mais vivas e mais avançadas que existem. Volta e meia poeta novo começa a fazer poesia nova e a sair da mesmice dos estilos. Ou grandes poetas de ontem - então de sempre - rompem sua própria rotina e renovam-se. E o surto de mulheres que, a partir de Cecília Meireles, destruiu a antiga apatia poética e atingiu a linha de frente do fazer poesia e inovar o gênero entre nós.