As únicas escolhas verdadeiras são as feitas diante da morte. Escondida em um vírus desconhecido, ela espalhou sua sombra macabra sobre o mundo lembrando à humanidade seu fragílimo destino comum, tragédia que nos irmana e revela o melhor e o pior de cada um.
Pôs a nu desigualdades vergonhosas, cúmplices da violência, e os truques de mágicos da economia, cegos aos desvalidos, que enganam a todos, inclusive os ricos, com fundos falsos de suas Bolsas. Temos que escolher entre o salve-se quem puder e a solidariedade que tínhamos desaprendido.
Um desastre global, o Brasil confrontado às suas fraquezas e apesar delas mostrando uma população informada por excelentes jornalistas, competência científica e a aplaudida bravura dos agentes de saúde. E um homem, o presidente da República, que já nos insultou com suas baixezas, ignorância, preconceitos e incompetência, insulta agora idosos, doentes e os mortos subestimando a ameaça assombrosa, o resfriadinho que não pega nele, o ridículo atleta.
Chega! O governador Caiado, seu eleitor, disse que “não dá mais para ter diálogo com esse homem”. Chega, nossa luta é contra a morte, não há tempo para puxar briga de rua com governadores que de fato estão governando. Ele, esse mal-amado, objeto de panelaços diários, que a cada dia é mais desprezado pela população, com justa razão.
Que fique falando sozinho. Os brasileiros, obedecendo às instruções de quem conhece saúde e das autoridades que se dão ao respeito, ficarão em casa, sobrevivendo, ajudando a quem podem ajudar.
Compaixão e ciência salvam a vida dos que não sobrevivem sozinhos. Todos os recursos do Estado e das empresas devem ser mobilizados. Que sejam chamados economistas capazes de fazê-lo.
É tempo de juristas e parlamentares pensarem com que instrumentos impedir esse chorrilho de irresponsabilidades que ameaça a vida da população.
Quando acordarmos do pesadelo, cada um de nós, o Brasil e o mundo serão irreconhecíveis. Esperemos, quem sabe, um Renascimento.