No Brasil e em outros países está se criando um novo tipo de religião, com seus dogmas, ritos e, conseqüentemente, com sua moral própria, mais ou menos desvinculada da moral de outros credos.
É assim mesmo, cada religião cria seu eixo de doutrina, sua liturgia e sua linha comportamental. Não estou a par da teologia do novo credo, sei apenas que um dos seus dogmas não negociáveis é a crença na existência dos discos-voadores e dos extraterrestres, alguns deles já em exercício entre nós. E nos terrestres que foram abduzidos e levados às altas esferas.
Não chega a ser novidade. Muito antes de Cristo, o profeta Elias foi arrebatado ao céu por uma carruagem de fogo o relato está no Velho Testamento. E segundo a tradição, nas festas do calendário judaico, simbolicamente é colocada uma cadeira para que Elias venha participar das cerimônias.
Apesar do relato bíblico e da convicção dos crentes que fizeram do disco-voador um ato de fé, continuo achando o papo totalmente furado. Haveria apenas três hipóteses para a existência desses extraterrestres que nos visitam desde a mais remota antiguidade: ou são mais inteligentes do que nós; ou estão em estágio mais primitivo do que nós; ou estão no mesmo patamar em moral e tecnologia.
As duas últimas hipóteses estão fora de cogitação. O pessoal que acredita em disco-voador considera os extraterrestres infinitamente mais avançados do que nós, estão num estágio de semi-deuses tanto na moral como na técnica. E ao longo de tantos séculos nada nos ensinaram, não impediram nossos crimes contra a natureza e contra nós mesmos. Os conquistadores do século XVI quando descobriam civilizações mais atrasadas do que a deles, ensinavam o que sabiam, muitas vezes à força.
Jornal do Commercio (RJ) 22/3/2007