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Uma escola melhor

 

As verbas da Educação não alcançam seu objetivo:dar educação fundamental ao Brasil profundo.


Mais uma vez na história política do Brasil vê-se o governo prometendo mais dinheiro para as escolas melhorarem o ensino. Devemos aqui lembrar os leitores que perdemos a conta das vezes que o governo prometeu verbas mais altas para a Educação se for provado que houve a melhora do ensino em todas as categorias. Não vai ser nada fácil entrar no jogo do melhor contra o pior ou o medíocre na atual situação da educação brasileira.


Não negamos que o ex-ministro da Educação Paulo Renato Souza, conhecedor do assunto em profundidade, deu uma boa contribuição à melhoria do ensino básico. Aos analfabetos foi dado o arranco, da obscuridade para um pouco da luz do conhecimento, o que melhorou a posição do Brasil entre as que disputam um lugar de honra para as suas escolas. Não negamos que se fala muito da educação e que se destinam verbas vultosas para melhorar o ensino. O que negamos é que essas verbas estejam sendo bem aplicadas. Ao contrário, elas não alcançam seu objetivo no Brasil profundo, onde deve estar a maior parte da educação fundamental aos brasileiros.


É nesse ponto que precisa se concentrar o esforço do governo, arrancar o aluno perdido na obscuridade para que ele encontre a luz do saber principal. Deve ser dito e repetido tantas vezes quanto for possível. Sem dúvida, a Educação é o território mais perigoso no exercício das funções de governo, pois ele abriga jovens das fontes sociais menos preparadas para compreender o papel da educação na transformação do País pelo desenvolvimento.


Durante muitos anos o ex-ministro Gustavo Capanema trabalhou para dotar o País de um sistema educacional compatível. Pelo tempo que durou o seu ministério e pela colaboração que lhe foi dada pelos intelectuais brasileiros, principalmente pelos estudiosos do tema educacional, conseguiu o que foi possível. Daí para cá não se falou mais com tanta ênfase no problema educacional. Reabrindo-o hoje, damo-lhe o nosso aplauso, esperando que vença a preguiça nacional e a vocação irresistível para o tributarismo.


Diário do Comércio (SP) 27/4/2007