Golda Meir, lendária primeira-ministra de Israel, por ocasião de uma das crises no Oriente Médio, declarou textualmente: “Prefiro receber mensagens de protesto do que mensagens de condolências”. Ela foi sacrificada após a Guerra do Yom Kipur, em 1973, quando tropas do Egito, aproveitando o dia santificado dos judeus, pela primeira vez chegaram perto de vencer Israel. Golda foi acusada de negligência, o país não podia sofrer aquela surpresa.
Mais tarde, o presidente Anwar Sadat, do Egito, foi a Israel, numa viagem que estarreceu egípcios, israelenses e o resto do mundo. Os dois países assinaram um acordo de paz no Cairo. Em 1978, ganhou o Prêmio Nobel da Paz, partilhado com Menahem Begin, primeiro-ministro de Israel. Pouco depois, Sadat seria assassinado por um fanático egípcio.
Na gestão Clinton, em 1993, os Estados Unidos promoveram um encontro cordial entre Iasser Arafat, considerado o terrorista-mor, e Yitzhak Rabin. Apertaram-se as mãos num acordo de paz. Ganharam também o Nobel da Paz no ano seguinte. Rabin foi assassinado por um israelense.
Bem ou mal, a situação mudou um pouco. Arafat reconheceu Israel, abriu uma dissidência na antiga OLP, que se dividiu em dois grupos mais ou menos antagônicos: o Fatah e o Hamas.
O primeiro grupo ainda pode ser o núcleo de um futuro Estado palestino, apoiado pelos EUA e talvez por Israel. O Hamas, que ocupa atualmente a Faixa de Gaza, continua sua política de agredir Israel, recebendo em troca a invasão desproporcional que está sofrendo.
É a batalha de uma guerra que já dura 60 anos. E em que os dois lados perderão: os palestinos com seus mortos; Israel com a sua imagem política mais uma vez prejudicada.
Jornal do Commercio (RJ) 13/01/2009