Quase todos os países do Ocidente católico têm um dia no calendário religioso dedicado à mãe de Jesus, que engravidou sem ter conhecido um homem. "Virgem Maria, rogai por nós!" é uma oração que todos os católicos rezam em determinados dias.
A mais popular de todas é Nossa Senhora de Lourdes, cujos milagres estão sendo estudados por cientistas. Ela é responsável pela maioria dos milagres atribuídos a uma força espiritual. O próprio João Paulo 2º, vítima de um atentado na praça de São Pedro, atribuiu à Virgem Maria o milagre de não ter morrido. Logo depois foi ao Santuário de Fátima e depositou aos pés da santa o seu anel pontifical.
Em todos os santuários dedicados a Maria, há um pavilhão que guarda o testemunho em cera de vários milagres atribuídos a ela. O Brasil não ficou de fora dessa devoção mariana e a festa da padroeira do país foi celebrada nesta última semana. São inúmeros os milagres que fizeram dela um dos ídolos nacionais mais queridos.
No entanto, gostaria de lembrar dois fatos históricos que iniciaram o regime ditatorial, fazendo parte da biografia de dois políticos que tiveram ação destacada em 1964.
Um deles foi Carlos Lacerda, líder da direita, desfeiteado por Jânio Quadros, que o convidara a dormir no Palácio do Planalto. Diz Lacerda em seu depoimento oficial que ouviu a voz da Virgem Aparecida encarregando-o de salvar o Brasil das garras do comunismo.
Outro personagem que ouviu a mesma voz foi o general Mourão Filho, que detonou o movimento militar daquele ano. Na biografia escrita por sua filha, ele confessa que, ao passar por Aparecida, ouviu a mesma voz pedindo que ele salvasse o Brasil.
Descontados os exageros de um e de outro, nossa padroeira teria patrocinado uma ditadura que durou 21 anos.