O Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional vão se reunir no Brasil com as autoridades da área econômica, para discutir como excluir investimentos em infra-estrutura do cálculo do déficit público e o impacto fiscal das parcerias público privadas, a última novidade dos doutores em economia pelas universidades americanas, de preferência. É uma novidade, se não for uma das fórmulas que esses organismos cultuam para embromar a opinião pública do país em questão, o Brasil.
Os dois organismos acima citados, e mais outros espalhados pelo mundo, sobretudo os que têm sede em Bruxelas, mantêm uma folha de pagamento altíssima, pois é repleta de tecnoburocratas. Na sua maioria, ostentam uma empáfia de fazer rir, mas gostam de falar no estilo economês, que a maioria não entende nem procura entender, por lhe interessar moeda estável e inflação baixa, para que os preços sejam acessíveis aos consumidores de renda média ou baixa.
Confessamos que causa surpresa, depois de meio século de vigência desses organismos, com exceção da PPP - as parcerias público privadas - estas recentes, virem os tecnoburocratas bem pagos das salas climatizadas de Washington, de Bruxelas, tão perto de Paris, e de outros quartéis dessa nova espécie de soldados de combate a problemas econômicos e financeiros, sim, causa surpresa a experiência a ser tentada ou a ser realizada, no Brasil, com o apoio e o aplauso do ministro Palocci.
Mas, tenhamos paciência, como membros da opinião pública, com os tecnoburocratas de Washington, que eles são imaginosos, tão imaginosos que deveriam fazer carreira no romance de gare - como dizem os franceses - e ganhar dinheiro também com a ficção literária, ainda que sem estilo. Esperemos que a reunião em Brasília dê resultados, os esperados, e que a aplicação das teses aprovadas tenha correspondência na realidade para melhor. Teremos o prazer de aplaudir os seus autores.
Diário do Comércio (São Paulo - SP) 20/05/2004