O governo está dando ares de imortalidade à CPMF, procurando, até mesmo, nos Estados adesão a uma forma de torná-la viva. Mas é inútil essa extorsão para o bolso do contribuinte, pois há aumento da arrecadação no País. Como leio no jornal O Globo: "A arrecadação cresce 11%, quase duas vezes a CPMF". Nós estamos observando uma arrecadação brutal, uma mordida recorde do Leão, como a que ocorreu em 2007, conforme acentuou também o Diário do Comércio.
O que se vê é que a arrecadação não tem limites na perspectiva dos estudiosos de vulto. Não adianta, portanto, o governo tentar reviver a CPMF _ se já está duas vezes maior a arrecadação, que cresceu 11%, como dissemos acima _ para atender a política de investimentos oficiais, de acordo com agenda de prioridades ajuizada pelo presidente da República.
Ao mesmo tempo, lemos que está pronto o plano de reforma tributária que não foi dado a conhecer aos técnicos abalizados que dominam o mercado e podem dar uma contribuição decisiva ao governo, bastando consultá-los.
Há muito tempo estamos batalhando contra o sistema tributário nacional. Sistema inadequado e cheio de falhas, com arrecadações que têm sobrepujado o mínimo previsto pelos técnicos para satisfação do governo.
O imposto é tudo num país. A nossa força está nesse ponto, mas as campanhas como a do nosso jornal, não esquecem, todos os dias, de forçar a nota principal da fome do Leão, pois consideramos o sistema tributário nacional cheio de defeitos, o que reclama uma reforma já preparada num antiprojeto que foi feito e não submetido ao conhecimento dos interessados.
Tudo isso foi deflagrado pela CPMF, pois partimos do imposto conhecido por esse nome contra o poder oficial, que se esforçou enormemente pela continuidade da tributação que estava adequada aos seus interesses. Isto foi antes da sua derrota. Como se vê, o imposto era desnecessário no quadro da tributação nacional, não fosse a perseverança do presidente e de seus auxiliares imediatos na área econômica, querendo, por força, ver aprovado um imposto que foi superado pela arrecadação em quase duas vezes o seu montante. Fica aqui a nossa análise sobre a questão tributária nacional.
Diário do Comércio (SP) 23/1/2008