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Sentir-se em Las Vegas

 

Minha mulher e eu trabalhamos em casa, frente a frente.Marcia, que é arquiteta, trouxe sua mesa do escritório. Quem chega de manhã depois do outro costuma entrar e dizer: “Bom Dia a Todos.” Como se estivesse no escritório normal.

Ao meio dia e meia, levanto-me e convido: Quer almoçar comigo? Vamos então preparar o almoço. Ela gosta de cozinhar, eu ponho a mesa.

Sentamo-nos e indago: Então, como foi sua manhã? Ela conta, não demora mais do que quatro minutos. E  você? ela indaga. Eu? Dia maluco, respondi a dois e-mails. 

O certo seria sairmos do “escritório” às 18, mas encerramos pelas cinco da tarde. Nos despedimos de todos:  “Uma boa tarde a e até amanhã, e lavem as mãos, usem máscaras, não saiam às ruas.”

Na cozinha fazemos uma happy hour, ela toma Gin Tonica, eu Cuba Libre, que a maioria aqui na ABL tomou na juventude. Desabafamos: “Nossa, hoje foi um dia agitado.

Ligamos para o Pasquale, grande amigo,  dono de uma cantina ótima. Indagado como estava, ele disse que tinha fechado o restaurante inteiramente, nem estava fazendo delivery. E como se sente? Bem?

Pasquale: " Sinto-me em Las Vegas. Estou há dias e dias no mesmo lugar, bebendo de graça e perdendo dinheiro.”

Portal da ABL, 28/04/2020