Do Oiapoque ao Chuí, as senhoras dedicadas a causerie estão agora com a agenda cheia, podendo falar à vontade, graças às aventuras de Renan Calheiros, presidente do Senado brasileiro, e Mônica Veloso, comunicadora, 38 anos, que tem uma filha de três anos com o senador. O que se viu na entrevista franca da jornalista Mônica foi a preocupação em deixar claro que Renan não fornecia dinheiro público, mas sim dinheiro de uma empresa particular com negócios no governo e habituada ao lobismo em números altos.
É preciso esclarecer que o lobismo é uma invenção da democracia americana, severamente fiscalizado e só é permitido para não corromper as instituições políticas. Não se compara, portanto. Nas conversas do Oiapoque ao Chuí, as senhoras brasileiras que se reúnem à tarde têm assuntos abundantes e podem divagar a respeito da culpabilidade de Renan Calheiros.
O que se viu foi que Mônica Veloso declarou à imprensa que o dinheiro era entregue por Cláudio Gontijo, um típico mineiro na discrição e na guarda de segredos, no escritório da empreiteira Mendes Júnior, ou em local indicado por ela. Isso não quer dizer que Mônica e Renan não soubessem o que estavam fazendo contra as instituições políticas brasileira. Toda essa história vem de longe, vem da França, do Brasil da Primeira República e vem de outros países, onde se encontram figuras enjoadas de ferir o código de ética, não observado em toda a linha no caso atual. As conversadoras podem agora imaginar sobre as falsidades e as escapadelas dos agentes desta historieta contra a família e as instituições.
É o comentário que temos a fazer sobre essa aventura amorosa com tinturas políticas, para gozo das conversadoras do Brasil de nossos dias.
Diário do Comércio (SP) 14/6/2007