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A saúde de Sua Santidade

 

Com atraso venho também dar a minha opinião sobre a questão da saúde de Sua Santidade o papa João Paulo II.


Recolhido a um hospital romano, ali permaneceu durante uma semana, depois da qual saiu para as suas atribuições regulares no Vaticano. A saúde do papa é de impressionar o mais desatento dos observadores de pessoas doentes. Montanhês na Polônia, tem a resistência de seus compatriotas das montanhas e resiste às maiores dificuldades que preocupam os doentes.


O Papa tinha uma saúde invejável, até que um terrorista de aluguel, com uma espécie de aparelho de fotografar, especialmente preparado pelos comunistas, tentou matar João Paulo II, mas não conseguiu seu intento, tomado por conta do regime comunista que Sua Santidade iria derrubar, como derrubou, com a colaboração de outros anti-comunistas, como Ronald Reagan e Margaret Thatcher. João Paulo II se recuperou mas as sequelas estão presentes e causam problemas nas suas atividades.


Mas essa situação não deve ser discutida fora dos muros do Vaticano e nem mesmo dentro pelo colégio dos cardeais em exercício por não terem atingido limite de idade. Para os que já atingem esse limite, quer me parecer que não devem dar opinião sobre a saúde do papa e sobre a sua permanência no papado. Isto porque trata-se de um assunto inteiramente dependente de seu arbítrio. Se ele quer ficar ou quer renunciar, não é da nossa conta.


Temos o dever de querer o papa no trabalho, ainda que sofrendo o abalo recebido por sua saúde mais de uma vez, e não fora, num mosteiro da Polônia ou no próprio Vaticano, ao lado de seu suposto sucessor.


A crônica de Carlos Heitor Cony, meu confrade na Academia Brasileira de Letras, está notável. Num palmo de coluna, esse antigo seminarista disse tudo o que precisava dizer, que o papa é quem decide o que deve fazer, enquanto tem vida. No mais, somente Deus Nosso Senhor vai decidir.


 


 


Diário do Comércio (São Paulo) 01/03/2005

Diário do Comércio (São Paulo), 01/03/2005