É comum supor-se que o presidente da República e seus auxiliares diretos são super-homens, capazes de resolver todas as questões ideológicas com os recursos que as ciências política e econômica põem à disposição do chefe político na Presidência da República.
O presidente agiria melhor deixando o trabalho de colocar a Nação na linha dos estudos para os especialistas do que querer, ele próprio, dirigir a formação de institutos, o que requer estudo apoiado em fontes históricas da colônia joanina, por exemplo, às mudanças havidas na história das instituições brasileiras.
São numerosos os estudiosos brasileiros falecidos que se preocuparam e viventes que continuam se preocupando com estado de crise permanente em que vivem essas instituições, sem que o poder supremo da República convide-os, pelos estudos capazes de dar solução aos problemas nacionais. O Brasil já ficou devendo aos estudiosos das questões políticas e econômicas estudos que conduzam o País a uma nova era, cuja conseqüência seja o crescimento econômico com durabilidade. Citamos aqui alguns autores de estudos valiosos sobre a situação política, econômica e social do País: Oliveira Viana, Gilberto Freyre, Afonso Arinos de Melo Franco, Miguel Reale, e outros que seria longo trazer para esse editorial.
Não faltam, portanto, estudos e estudiosos mortos e vivos que ajudem a compreender o Brasil do passado e o Brasil do futuro. O que desejamos, portanto, é o respeito aos trabalhos já publicados e outros que poderão vir a sê-lo, podendo a reforma política e o crescimento econômico contar com apoios sólidos, cientificamente apurados e postos à disposição do País para as reformas e o crescimento de que tanto se fala e não se completam.
Diário do Comércio (SP) 1/11/2006