É uma velha questão esta da queda dos juros. Vê-se que não tem sido possível ao governo reduzir a taxa de juros em função do Plano Real, ainda subsistente, embora as autoridades do sistema monetário e as autoridades superiores, como o presidente da República e seus principais assessores, querem baixar e não conseguem.
Há um emperramento, que é o combate à inflação, que agora fez-se presente para os consumidores, recaindo sobre os preços das mercadorias e de todos os bens duráveis, impossibilitando de fazer o que todos querem, inclusive o governo, temente da força que tem a questão dos juros na formação dos preços. É uma difícil situação esta, que conserva imóvel o ministro da Fazenda, o presidente do BC e as demais autoridades, com verbas vultosas a empregar.
Essa situação prova que não está de todo eliminado o problema inflacionário e os problemas correlatos que abalam a estabilidade da moeda e impedem um arranco mais firme do desenvolvimento. As autoridades econômico-financeiras estão atribuladas com essa espécie de imobilismo que se verifica nos principais índices que sustentam a moeda e que não mostram os sinais do enfraquecimento tão desejado por todos.
É esse o principal problema com que se defrontam hoje as autoridades, pois não contam com uma moeda estabilizada naturalmente e sim ligada à taxa de juros, que não pode ser deixada à sua própria sorte, visto acarretar o perigo da volta inflacionária insuportável, principalmente para as classes trabalhadoras.
Ficamos na expectativa de que o governo encontre saída para esse problema e dê tranqüilidade ao consumidor.
Diário do Comércio (SP) 26/2/2007