O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu ao PT que ajude na defender dos mensaleiros agora sob julgamento. Se o presidente fosse versado em Direito, saberia que uma tradição na Justiça brasileira é o direito de defesa que, não raro, beneficiou vários criminosos, dando-lhes a liberdade e não a prisão.
Já escrevi nesta coluna que os mensaleiros são anti-democráticos, enodoando a própria democracia como forma de governo e convivência civilizada. Nesse caso, a Justiça vai julgar os mensaleiros pelo que eles deixaram de fazer, mais do que pelo que fizeram, mas sempre de acordo com as necessidades nacionais, num momento de transição e da provável reforma política em cogitação.
Sabem os 40 mensaleiros relacionados pelo procurador-geral da República que um grande mal cometeram contra o regime, que se esforça por se equiparar a outros países democráticos, aos quais o Brasil deve aportar a sua contribuição de regime impoluto que por vesgo regime de contumácia e inexperiência aproveitada por habilidosos políticos. O que se quer é a pureza ética dos mandatários políticos e dos comanditários da vontade do povo, para isso existindo as Câmaras legislativas, com mandato fixo e renovável.
Não há necessidade de mensalões e de mensaleiros , como nunca houve no passado, desde o Império até os nossos dias, surgindo agora como uma novidade repelente, por manchar a democracia que nos custou criar. Falo aqui por todos os que me lêem - e não são poucos, graças a Deus -, pois queremos o Brasil perorando por um mundo melhor.
Não há necessidade de fazer pressão e apelar ao PT para ajudar os mensaleiros ou mensalões a se defenderem na Justiça, que queremos impoluta na sua clâmide, a pregar a verdade e assegurá-la garantida para todos, sejam quais forem suas situações sociais.
Foram essas as considerações que vieram a mente em face desse pedido do presidente da República ao PT, para que ajude na defesa dos mensalões.
Diário do Comércio (SP) 6/9/2007
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