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Ponto crítico

 

Desta vez não são os EUA os causadores da grande crise global da economia, mas é a própria economia global que entrou em crise. Evidentemente, as economias mais fortes, como a norte-americana, influenciam a economia dos demais países e pressionam até o ponto em que todos os países contribuem para o desequilíbrio geral.


Não é possível admitir-se que em meio a cem nações em crise haveria uma que não estivesse; a inflação é geral e como tal criou o ponto crítico da economia global, tendendo a aumentar sua bolha enquanto os BCs. em geral, tomam algumas providências, até que possam torná-las eficazes, ao ponto de aceitarem uma crise passageira global.


Os BCs têm muita culpa nessa crise que nos atormenta. A economia é global porque o mundo tornou-se pequeno demais. Basta ver a posição dos EUA, que começaram a sofrê-la no começo do ano passado. É isso, o mundo se tornou um conselho de grandes potências ditando as leis econômicas para os menos poderosos, dando, assim, a ilusão de uma economia firme, contra a qual não haveria a possibilidade de um ponto crítico como o de agora, alertado pelos BCs a partir do Federal Reserve.


Asituação é séria, a ponto de haver possibilidade de que se repita a crise de 1930 em muito pior situação. Os BCs demoraram para chamar a atenção do mundo para a crise, o famoso ponto crítico da economia global de que falaram em geral os bancos alertantes. Não é brincadeira, para que se possa desviar a atenção do povo, principalmente dos pequenos e médios depositantes, que não têm recursos para se defender em uma crise prolongada como a que sofreram os americanos em 30, e o mundo depois - assim como o Brasil e outros países da América Latina.


Compreende-se que os BCs tenham demorado para virem a público com esse alerta, quando se esperava que fosse apenas um assunto passageiro. Agora é sério mesmo.


Uma economia, que parecia sólida e inabalável, apresenta-se nos principais países - EUA, Alemanha, França, Inglaterra, Canadá e outras, que seria longo citar - com tremores nas pernas.


Fica aí um ponto para meditação, tanto dos dirigentes dos Bancos Centrais como para os responsáveis pelas economias das nações.


Diário do Comércio (SP) 2/7/2008