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Politicagem vai definir ministérios e ministros

 

Com a possível ida do ministro Flavio Dino para o STF, começa a disputa para dividir o ministério da Justiça, com a recriação do ministério da Segurança Pública – como foi feito no governo Michel Temer - e assim abrir duas vagas para atender ao apetite dos aliados. Na gestão Lula, Flavio Dino não quis abrir mão da segurança pública e o ministério foi reagrupado novamente. Acho que criar o ministério da Segurança Pública é o caminho mais acertado porque é um tema nacional e urgente para ser tratado. Não para distribuir cargos entre os partidos, e sim para colocar um especialista, pessoa que entenda a questão e possa encaminhar soluções. Mas é tudo politicagem. O PT quer o ministério da Segurança Pública e nem sabe para quem vai dar, quer fazer o PGR, os ministros do STF querem fazer o substituto de Rosa Weber, e assim, vai aumentando o número de ministérios e não se resolve nada. A questão da nomeação no STF é delicada, porque é normal que o presidente queira colocar um ministro que tenha a mesma linha ideológica dele. Neste caso, Flavio Dino se enquadra perfeitamente. Lula já indicou vários ministros ligados ao PT e alguns se portaram como independentes, outros não. Ayres Brito, que presidiu o julgamento do mensalão no STF, foi candidato pelo PT de Sergipe, era dirigente estadual do partido. Toffoli era advogado do PT e se comporta como um aliado do Lula. Teve atitudes independentes durante o mandato, e agora volta a ser o velho petista de sempre, em busca do perdão do Lula.. Facchin é ligado ao MST e tem uma posição muito admirável. No STF não tem problema, mas na PGR ser ligado a partido é muito sério.

O Globo, 20/09/2023