O brilhante ministro Luiz Fernando Furlan, sem dúvida um vitorioso na pugna de dimensão internacional pela conquista de mercados para o comércio exterior brasileiro, está certo ao reclamar uma revisão da política cambial, que se lhe apresenta com obstinada freqüência no curso de suas viagens de grande sucesso.
Somos de opinião que a política cambial deve ser revisitada com freqüência, obedecendo à lógica do interesse nacional, pois o que não deve é ficar ela estacionada em patamar ultrapassado pela evolução dos acontecimentos, pelas mudanças no comércio internacional, pela presença no mercado de moedas fortes com vigorosa base econômica, casos do dólar e do euro.
Nas declarações que o ministro concedeu à imprensa, reclama ele com carradas de razão que seja revisitada a política cambial, exatamente o setor no qual temos um quisto que não foi lancetado. Evidentemente, os problemas que se implicam nestas considerações dependem de técnicos altamente instrumentados para dotarem o País de uma política cambial maleável, flexível e dúctil, como se queira e satisfaçam as necessidades da economia fremente que é a nossa, de país emergente à procura da direção para ser grande potência.
Oque não podemos, segundo o pensamento do ministro, é ficarmos parados numa política aparentemente consolidada, quando a economia como um todo se apresenta aos governos repleta de postulações que devem ser respondidas. O ministro Luiz Furlan demonstra para os que não o conheciam um grau elevadíssimo de competência para o comércio internacional.
Tenha-se, pois, a política cambial consoante o pedido do ministro Luiz Furlan, porque ele está com a razão.
Diário do Comércio (São Paulo) 20/2/2006