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Os sistemas

 

Numa era de transparência, que se confunde com um desenfreado e irresponsável denuncismo, vale a pena refletir sobre a missão do Sistema S (Senac, Sesc, Senai, Sesi, Senar, Sest e Senat) no processo de desenvolvimento do País. Principalmente no que tange à nossa grande prioridade, que é a educação, capaz de levar o País ao progresso.


Não é razoável criticar o sistema sem razões plausíveis. Ele tem cumprido, religiosamente, a missão a que se destina, nos mais variados aspectos dos setores secundário e terciário da economia brasileira. A iniciativa ganhou força em nossa sociedade, crescendo sistematicamente até os dias de hoje, na sua dupla vertente de formação profissional acurada e de assistência social aos trabalhadores. Em resumo, cobrindo brechas imensas não preenchidas pelo Governo, em variadas épocas.


Faz-se hoje uma deliberada confusão a respeito do destino das suas verbas. Elas são expressivas, é certo, mas submetidas religiosamente ao controle de auditorias especializadas e do Tribunal de Contas da União. Quem disser o contrário estará revelando uma profunda ignorância do processo. Não existe "caixa-preta" (ou de qualquer outra cor) na trajetória dos projetos.


Os feitos numericamente expressivos do Sistema S não ocorrem por acaso. A forma pela qual a cultura se desenvolveu, no âmbito do Sesc, é produto de muito trabalho. O Sesc Pompéia é um exemplo internacional, o de Vila Mariana também. E assim há dezenas de outros. O que afirmar sobre o Sesc Ler, hoje espalhado por grande parte dos municípios brasileiros? Livros e espaços, inclusive, para colaborar com o esforço oficial na superação do número absurdo de 20 milhões de analfabetos. Como economizar elogios ao Sesc Pantanal, onde se faz educação ambiental de Primeiro Mundo? Assim se colabora de modo efetivo na preservação daquele extraordinário santuário ecológico.


Podem ser citadas também as numerosas colônias de férias e os impecáveis centros de lazer, além da nova escola de ensino médio, para 500 alunos em tempo integral, a ser construída pelo Sesc/DN, no Rio de Janeiro.


Os cursos superiores do Senac são considerados muito eficientes. Hoje, praticamente, compõem um centro universitário de grande qualidade. E as suas notáveis publicações? No Senai e no Sesi não é diferente. São milhões de trabalhadores atendidos na formação profissional, que, de outra forma, estariam sem as ferramentas necessárias à obtenção do emprego.


Com uma fundamental particularidade: os instrutores estão a par de tudo o que se refira ao desenvolvimento científico e tecnológico, oferecendo aos alunos conhecimentos atualizados. Para reduzir o drama do desemprego, dando aos trabalhadores a indispensável base de conhecimentos.


Não temos procuração para defender essas instituições. Mas não podemos, como cidadãos, deixar de nos comover com a Rede Nacional de Programas contra a Fome e o Desperdício de Alimentos, responsável pelo "Mesa Brasil/Sesc", um banco de alimentos e colheita urbana. Assim se combate, sobretudo em regiões pobres do Norte e Nordeste, a nossa crônica e denunciada desnutrição. Lembram-se do "Geografia da Fome", de Josué de Castro?


Os que amam a educação e conhecem de perto o que o Senac e o Senai por ela fazem, em todo o País, não podem aceitar sugestões castradoras de redução do seu empenho.


 


Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em 11/08/2003

Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, 11/08/2003