As eleições de ontem sinalizaram muitas coisas para 2022. Primeiro, que o extremismo de Bolsonaro não tem espaço hoje como teve em 2018. Ele terá que fazer força para ir para o centro e obter o apoio dos partidos que saíram vitoriosos, mas não acredito que consiga apaziguar os ânimos porque é uma pessoa do embate. Se a economia não melhorar, vai, no próximo ano, perder força partidária. Os partidos do centro ficarão no governo enquanto tiverem alguma coisa para ganhar, mas na hora H não irão apoiar candidato que seja impopular, que esteja fora do espírito do tempo. Ele pode se transformar em um fator fora do clima geral, apesar da força da presidência. Acho que é o que irá acontecer, a não ser que a economia dê um salto formidável. PSDB, MDB e DEM ganharam muita força e serão fundamentais para apoiar uma candidatura viável, que pode ser Doria ou Huck. A esquerda sofreu derrota fragorosa, está com grandes dificuldades e será incomodada com a ascensão de Boulos como líder político nacional. Acredito que irão se dividir de novo no primeiro turno, diminuindo as chances de eleger o próximo presidente.