Esse gigante já nos pôs medo mais de uma vez, mas agora as Bolsas caem ainda mais e os Estados Unidos lançam um plano anti-recessão, segundo os jornais de maior circulação em São Paulo e as agências que cobrem a crise americana.
Preferimos ficar no interesse que nos liga aos EUA e o que se pode esperar de uma recessão americana. Para quem conhece os EUA é fácil chegar a uma conclusão a respeito da queda das Bolsas e do plano anti-recessão anunciado pelo governo americano. Nos EUA tudo se faz com consulta de opinião. A máquina americana funciona sentindo o que o homem comum pensa e decide em família e em grupo no interesse geral que é o interesse da população americana.
Os EUA têm a mais poderosa economia do mundo, uma recessão americana recai sobre a economia de todos os países, inclusive os mais fortes e mais poderosos com economia sólida e bem administrada como é o caso da Alemanha e da Inglaterra, para citar dois exemplos.
Mas a desaceleração da economia americana, no caso de uma recessão, terá impactos negativos em vários países e, principalmente, sobre a própria economia de mercado, pois os EUA se fecharão por força de seus problemas e deixarão de fazer o que é mais importante para eles: a campanha pela democracia em todo o mundo.
Na sexta-feira, dia 18, foi anunciado em Washington o plano anti-recessão do governo americano lançado por Bush. O plano poderá evitar a recessão, mas, talvez, apenas parcialmente. O homem comum americano não se guia exclusivamente pelo governo diante de uma recessão. Ele pode colaborar no seu próprio interesse e no interesse da nação e do mundo, mas não age absolutamente só com a força do poder, que lá não tem a inflexibilidade dos países latino-americanos.
Temos recordações da Grande Depressão e o que ela acarretou para os EUA durante os anos que durou o governo Roosevelt. A recessão foi natural. Desta vez a recessão é planejada e pode ser acolhida ou não, sendo de se imaginar que vá ser oficial e no interesse da economia mundial. Estamos nas mãos dos EUA, dos seus técnicos que ocupam lugares de exponência nos grandes organismos que dirigem a política econômica americana. Enfim, estamos sujeitos aos americanos, o que vier de lá terá conseqüências aqui e em outros países, dando-se a reação que for cabível.
Diário do Comércio (SP) 21/1/2008