Para se avaliar os problemas que a administração municipal deve enfrentar, basta o levantamento de todos eles e o seu cotejo com problemas do passado, que perduram na agenda dos prefeitos. Com o atual prefeito não é diferente. Insiste o titular do cargo que os gestores da fase Marta, a catastrófica, que ficou dinheiro em caixa, e insiste o atual prefeito que nada ficou, somente dívidas e dívidas altíssimas, brutais, mesmo, para os cofres do município.
De todos os prefeitos de que tenho conhecimento pelo estudo do passado paulistano, o maior e mais completo de todos eles foi Prestes Maia, o único que preparou um plano municipal viável e o executou. Outros prepararam o mesmo documento, mas não o realizaram, por motivos vários. Prestes Maia, que me conste, por ter ele mesmo dito, antes de deixar a Prefeitura, deixou dinheiro em caixa, embora um grande político, que estava presente entre os convidados de Yan de Almeida Prado, tivesse desaconselhado a deixar dinheiro para o sucessor.
No caso atual, a ex-prefeita, a quem por uma falsa concepção de democracia foi entregue a administração de uma cidade ultra complexa, a quem nunca tinha administrado nem a própria residência. A governante cuidava desse pormenor doméstico. Mas a prefeita como todos os seus colegas de cargo, antes e agora, têem problemas a enfrentar, uns perpétuos e outros deixados pelo antecessor. Essa a questão, sobretudo se não se leva em conta o comparativo legal, como é o caso.
O problema, voltando a ele, não é único de São Paulo. A maioria dos prefeitos eleitos para o cargo é tão medíocre na administração quanto foi a prefeita da capital no seu período. São raros, por isso, os bons prefeitos. Daí poderíamos passar por todos e escolher as exceções, fazendo, com os demais uma relação de incompetências, de erros, de abusos, de demagogia, que não tem tamanho, tal a dimensão que possuem e a impropriedade que demonstram na responsabilidade pelo cargo. É a realidade.
Diário do Comércio (São Paulo) 28/01/2005
Imprimir