Somos, já, os campeões do mundo, pela quinta vez, no futebol. A esses campeonatos podemos acrescentar outros. Por exemplo: temos uma Passionária em São Paulo, enraivecida por estar ao alcance de suas vistas a derrota no dia das bruxas, no halloween . E vamos com outros campeonatos, como o de uma democracia com muitas qualidades e muitos defeitos, pois a plantinha tenra de que falava Otávio Mangabeira continua raquítica, não crescendo forte e altiva como a queremos.
A Passionária, que ganhou notoriedade na guerra civil espanhola, já partiu deste mundo, mas continua com seu lugar reservado na História. A nossa Passionaria é a elegante sra. Marta Suplicy, que para justificar o apelido que lhe etiqueto, declarou guerra, na qual predomina o vale tudo, ao candidato José Serra. Inventou até que o presidente da República iria acobertar ações irregulares na transferência de verbas federais da União para os estados e municípios.
Mas, o presidente imediatamente veio a público e contestou essa mentira, que, infelizmente para a elegante nova Passionária, se voltou contra a sua campanha, comprometendo Duda Mendonça, seu propagandista. Foi um passo em falso, como os deu tantos a legitima Passionária da Espanha. Ficou mal a nossa Passionária, que também, segundo seus íntimos, já desejou ser uma réplica de Evita, que dominou a Argentina e foi musical na Broadway , por sinal que dos melhores dos últimos anos.
O que deveriam fazer a nossa Passionária e outros políticos é compreenderem o que é democracia, o que não se pode fazer com ela, mas o que os princípios aconselham como a entendem os ingleses, que nô-la difundiu pelo mundo. Isto porque não é da estrutura da democracia fazer-se o que estão fazendo com ela alguns candidatos, entre eles a elegante Passionária da Prefeitura. Por isso mesmo as pesquisas de opinião estão contra ela, evidentemente.
Diário do Comércio (São Paulo) 28/10/2004