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Os 40 em julgamento

 

Um dos grandes órgãos da imprensa paulista deu a seguinte manchete: STF vai julgar quadrilha que operou no 1º mandato de Lula ". E acrescenta em corpo menor: "Supremo aceita denúncia sobre organização criminosa"


É doloroso para todos os brasileiros - que não pertençam a política ou que na política não deixaram se contaminar pela miséria moral dos partidos políticos - tomarem conhecimento da ação que o Supremo Tribunal Federal vai julgar a quadrilha que operou no primeiro mandato do presidente da República reeleito para um segundo exercício.


É uma pena que uma nação com tantos dados positivos em sua geografia, em sua geologia, sociologia ou antropologia, em todos os aspectos da sua civilização e cultura, se encontre nessa situação. O Supremo Tribunal Federal assume uma enorme responsabilidade histórica ao superar a situação pessoal de cada membro de seu colégio jurídico para julgar mandantes que atuaram no primeiro governo de Lula, em sua maioria afirmando que não são culpados "de tudo o que ocorreu", registrado e divulgado pelos meios de comunicação.


É sabido que na penitenciária nenhum criminoso se confessa autor de crime, mas se entrega a derivativos que possam libertá-lo, pois o que todos querem é a liberdade. O problema do Brasil está circunscrito, neste momento, à limpeza ética dos costumes políticos, a fim de que as novas gerações creiam no país que lhes foi dado nascer e nele viver.


O problema gira em torno da ética política. Essa é uma velha questão da filosofia, desde os pré-socráticos até os nossos dias, mas duvidamos que vá se desligar no futuro - a não ser com instituições rigorosamente policiadas pela opinião pública e pelos meios de comunicação, como tem ocorrido, em parte, nestes últimos tempos no País.


Ficamos por aqui, desejando que o Brasil encontre o caminho da ética e com ele bafeje sempre as ações dos homens públicos escolhidos para governar a Nação.


Diário do Comércio (SP) 30/8/2007