Meus camaradas: Estamos todos reunidos aqui, ao pé da pátria amada, para render tributo ao dia de hoje. Em nosso calendário cívico, a data de hoje é, sobretudo cara aos que verteram seu generoso sangue em defesa de nossa integridade territorial. Refiro-me, como é claro, aos valorosos soldados desconhecidos que tombaram no campo de batalha, regando com seu sangue enobrecido os nossos mais claros e supinos ideais de brasilidade.
Meus camaradas: A data de hoje deve ser comemorada por todos nós, com os corações exultantes de amor e reconhecimento à pátria estremecida que nos viu nascer, berço de nossos mais lídimos anseios, de cuja guarda somos tutores, de cuja segurança somos defensores, e por cujo futuro somos responsáveis. Em nosso peito jamais se aninhará o medo. Não fugiremos jamais!
Meus camaradas: A hora é sobremaneira sombria. Nos horizontes (pigarro) de nossa estremecida pátria surgem as nuvens da borrasca. Temos inimigos internos e externos, laterais e profundos que tramam contra a nossa soberania. Não consentiremos que os traidores da pátria e os vendilhões da nacionalidade conspurquem a nossa imaculada bandeira e as nossas históricas tradições cristãs.
São os lacaios do bolchevismo internacional que procuram solapar as nossas instituições, a fim de banir de nossos céus cerúleos o sacrossanto Cruzeiro do Sul que o Criador houve por bem gravar para nosso exemplo e glória. Não consentiremos que cruéis demagogos arranquem de nossos céus o lábaro que nos engrandece como nação e como povo.
Ao rufar dos tambores, ao espocar dos obuses, o mundo conhecerá o valor e a glória do soldado brasileiro, lídimo herdeiro de Caxias. Não conclamamos os camaradas à luta. Conclamamo-los (pigarro) à vitória! Disse.
Folha de S. Paulo, 12/01/2014