Um dos jornais da capital usou o vocábulo caos para definir o principal característico da capital, depois da chuva de domingo. Não encontro outra palavra que possa definir o que é São Paulo depois da chuva violenta de domingo. Estamos no completo caos urbano. Poucas partes da cidade escaparam desse báratro, legado por Marta Suplicy, prefeita que o PT inventou certo de que fazia um bom negócio para os seus interesses, como partido que pretende manter-se no poder por trinta anos.
É isso, está o futuro prefeito com uma imagem de São Paulo que ele já assimilou e deve estar tratando dos planos para enfrentar o caos, com o mínimo de despesas para o Tesouro municipal e o máximo de aproveitamento para os infelizes paulistanos que são punidos, sem culpa formada, por maus prefeitos, como a gentil dondoca dos salões paulistanos, que fugiu da capital que arruinou supostamente para descansar dos trabalhos que teve para se manter no posto, ludibriando, com propaganda, os munícipes.
São Paulo é uma das cidades mais complexas do mundo. Nenhuma outra grande cidade do mundo enfrenta os problemas que sobrecarregam a administração de São Paulo. Nem mesmo a capital do México, que também oferece aspectos de caos em determinadas circunstâncias, nem mesmo essa grande metrópole tem os problemas que atormentam os paulistanos. O único perigo que ameaça é o terremoto, mas esse é incontrolável. No mais, ganhamos de todas as metrópoles do mundo em desídia e irresponsabilidade.
Lembremos, nessa emergência em que Marta Suplicy deixou a capital, para gozar os ares parisienses, que são adoráveis, que Getúlio Vargas nomeou, na década de 30, o grande Prestes Maia para a Prefeitura, onde o notável e jovem engenheiro elaborou todos os planos urbanos, ainda vigentes. Depois, Maia foi de novo prefeito, mas eleito pelo povo. Deixou sua marca nas obras que realizou. Depois os interesses político partidários entraram em cena e a cidade ficou perdida. E perdida está, com o caos urbano a nos atormentar. É o peso de um legado.
Diário do Comércio (São Paulo) 14/12/2004