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O novo ministro

 

A escolha de Nelson Jobim para o Ministério da Defesa, no lugar de Waldir Pires, deve ter levado em consideração o seu passado. Nelson Jobim foi deputado, ministro da Justiça, do Supremo Tribunal Federal e agora foi chamado - numa hora crítica para Aeronáutica - para assumir a Defesa.


Provavelmente, como ocorre sempre no Brasil, foi a personalidade do ministro Jobim que pesou na escolha, o fato de ser ele um homem de fala franca, um homem durão, como se diz vulgarmente nas rodas de café.


De resto, esse predicado o próprio ministro acentuou ao afirmar que não há comando no transporte aéreo e que ele vai impô-lo.


O assunto é tremendamente complexo, pois a Infraero é subordinada a Aeronáutica, hoje vinculada ao Ministério da Defesa numa secretaria e não numa pasta autônoma, com ministro independente, subordinado apenas ao presidente da República. Antes, estávamos aparelhados a discutir problemas como o transporte aéreo sem darmos satisfação outra que não ao ministro da Aeronáutica, ao passo que hoje temos que escalar andares intermediários que não dão solução há problemas imediatos.


É esta, de resto, a situação da aviação comercial, que vinha funcionando muito bem até a criação do Ministério da Defesa. O ministro Jobim tem competência para desempenhar o mandato, escolhido que foi pelas suas qualidades pelo presidente (e, segundo o próprio ministro, também por sua mulher).


Voltamos à questão do transporte aéreo, que funcionou muito bem durante anos e que agora entrou em decadência, quando mais o Brasil precisa de ligações aéreas para acelerar o seu desenvolvimento econômico. O ministro Jobim pode fazer muita coisa com a autoridade que lhe foi dada pelo presidente da República, pelo tipo psicológico que ele encarna e pelo princípio de autoridade que ele sabe manter, embora às vezes exagerando.


Em suma, o ministro Jobim foi uma boa escolha. Um homem treinado em vários comandos na sua vida particular e política.


Diário do Comércio (SP) 30/7/2007