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O Mercosul em questão

 

A idéia de um Mercosul partiu dos presidentes Sarney e Alfonsin, que tiveram a iniciativa de firmar um acordo alfandegário entre o Brasil e a Argentina, tendo obtido a adesão do Uruguai e do Paraguai. Seria o começo de uma união, a exemplo do que conseguiram realizar as nações européias que firmaram o acordo de Roma em 1950, hoje União Européia, notavelmente aumentada.


O Mercosul saiu-se bem. Em pouco tempo aumentaram as trocas comerciais entre os signatários do acordo, e tudo parecia indicar que, em breve, teríamos um Mercado Comum forte, susceptível, também em pouco tempo, de imitar as nações européias e fundir uma autêntica comunidade de nações da América do Sul. Mas, como não é fácil passar de um acordo alfandegário a uma união, como a têm os europeus, o Mercosul praticamente não se desenvolveu, como queriam seus autores e as nações integrantes.


Esse fato, e outros que se lhe agregaram, vieram a enfraquecer a idéia inicial de um Mercado Comum, baseado no exemplo europeu, e o impulso inicial perdeu velocidade. E aí que está o Mercosul, na fase de agrupamento sem velocidade e, portanto, a demonstrar aos analistas e estudiosos das comunidades econômicas de nosso tempo, um Mercado Comum do qual participem, como vinham fazendo no começo da concretização da idéia, os membros e outros.


Neste momento, em que se reúnem mais uma vez, temos a Argentina numa posição que antes compromete do que favorece a evolução do Mercosul em Mercado Comum sul-americano. Lamentável é o fato de não se entenderem os principais países que são membros desse conjunto de nações, todas preparadas para as relações comerciais, com a finalidade de concorrerem para o desenvolvimento de cada nação e de todas em grupo. É o que se deseja dos chefes de Estado. E não é muito.


 


Diário do Comércio (São Paulo) 22/12/2004

Diário do Comércio (São Paulo), 22/12/2004