Antes de cada Copa, os entendidos em futebol citam as seleções que deverão ganhar o título de campeão: Brasil, Alemanha, Itália, Inglaterra, Espanha, Argentina não necessariamente nessa ordem. Nesta Copa das Copas, segundo dona Dilma, parece que as coisas estão mudando.
Seleções africanas, asiáticas, o baixo clero dos países englobados no terceiro mundo, pouco ou nada atrapalhavam o "andar de cima" (como diz Elio Gaspari). Mas o futebol tem regras fixas que são obedecidas em todos os continentes. O mesmo número de jogadores, as mesmas medidas de campo e balizas, enfim, as mesmas normas que valem para todos (pênalti, impedimentos, escanteios, faltas, tiros de meta etc).
Nada de admirar que a Costa Rica e outros países da África ou da Ásia mandem para casa ou dificultem a vida dos potentados das quatro linhas. Normalmente, o Brasil, pentacampeão e dono do campo, nada teria a temer dos Camarões, mas nunca se sabe escrevo antes do jogo desta segunda-feira (23).
Dito isso, direi mais. Se a sociedade humana, se todos os países e povos tivessem as mesmas regras na economia, na ciência, nas artes, no poder militar, na distribuição de renda, tecnologia e educação, certamente as coisas seriam diferentes.
Imaginemos uma final entre a Bósnia e Gana. Fatalmente a Fifa entraria em falência e mandaria o sr. Blatter cantar em outra freguesia.
Essa hipótese pode parecer fantasmagórica, mas a globalização, que continua predominando em todos os setores, parece que teve no futebol internacional o modelo das relações do mundo moderno.
Um zagueiro da Costa do Marfim desarma, num drible bonito, os melhores do mundo, como Messi e Cristiano Ronaldo. Uma seleção nada brilhante, como a de Portugal, empata no último minuto com os EUA.
C'est la vie.
Folha de S. Paulo(RJ), 24/6/2014