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O fim de Arafat

 

Poucos seres humanos tiveram tanta nomeada no século passado e neste, ainda em começo, do que Yasser Arafat. Todos os dias, sem exceção, o seu nome era estampado em algum ou muitos jornais do mundo, como líder dos palestinos e lutador por um Estado Palestino, que até hoje, mais de cinqüenta anos depois de fundado o Estado de Israel, não se tornou realidade. Arafat chegou a ir à ONU com o fuzil numa das mãos e um ramo de oliveira, símbolo da paz, na outra mão.


Era mais do que evidente que ele queria a divisão de Israel, a fim de que seus irmãos de raça, os palestinos, tivessem um Estado que os tornasse independentes. Sua luta foi extremada, sem tréguas, perigosa, pois que estava sujeito a balas assassinas, a qualquer momento, de algum fanático, que não o queria como o líder de palestinos. Que apertara a mão do líder judeu nos encontros dos Estados Unidos, embora os fanáticos de seu lado o apodassem de traidor, que não era, mas o contrário.


O problema judaico-palestino não foi resolvido durante a sua agitadíssima vida, e os perigos em que incorreu não foram suficientes para levar as duas partes em conflito a encontrar um modelo de acordo de que saíssem vencedores ambas as partes com exigências de um lado e outros, boa vontade de poucos e má vontade de muitos, confissões religiosas no meio, de um lado os judeus e de outro os muçulmanos, o certo é que Arafat não descansava enquanto continuava a sua luta pelo Estado independente.


Está morrendo sem alcançar o seu ideal e de seus companheiros interessados na paz no Oriente Médio entre Israel e os palestinos. Não entramos no mérito da questão. Já foi demasiado comentada para que voltemos. Apenas rendemos a nossa homenagem a esse bravo lutador, que não temeu a morte, e tudo fez para dotar a Palestina antiga de um Estado, ainda que minúsculo, mas com representação diplomática, que fosse acatada por todos os demais países do mundo, grandes e pequenos. Paz à sua alma.


 


Diário do Comércio (São Paulo) 09/11/2004

Diário do Comércio (São Paulo), 09/11/2004