O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, teve a idéia de pedir ao governo federal uma companhia das Forças Armadas para policiar as ruas do Rio. Infelizmente, o governador não pôde ser atendido, pois as Forças Armadas têm uma situação constitucional que não pode ser mudada. Em outras palavras, as Forças Armadas não podem ser utilizadas como polícia, elas atuam na defesa do território, para reprimir invasão estrangeira; enfim, defender a Nação em caso de guerra. E isso não deve ser o que senhor governador Sérgio Cabral deseja para o Exército, motivo pelo qual não pôde ser atendido. O governador do Rio, na melhor das intenções, encontrou-se com o impossível e terá que usar mesmo sua polícia para policiar o território do seu estado, em consonância com os governadores dos estados limítrofes.
Volta e meia, quando se trata de garantir a segurança da população, fala-se em usar as Forças Armadas como polícia. É um erro grave. As Forças Armadas têm dado prova de fidelidade à Pátria como um todo a ser defendido e agora mesmo dão prova de seu amor à democracia por respeitarem todas as correntes políticas e não intervirem nas investigações das CPIs, sem atender ao anseio de faixas substanciais da população que pedem sua intervenção nas lutas políticas. Não são atendidas, porque não devem ser atendidas.
Estejamos bem com as Forças Armadas cumprindo os seus deveres constitucionais num território imenso, um dos maiores do mundo, com equipamentos antigos que precisam ser modernizados. As Forças Armadas brasileiras constituem uma garantia de que o Exército será sempre patriota, dando à população a tranqüilidade que ela merece ter para trabalhar pelo desenvolvimento e pela distribuição da renda nacional a todos. Vejamos o Exército como uma dádiva do espírito brasileiro que deve ser guardada e aprimorada.
Diário do Comércio (SP) 18/4/2007