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O direito de resposta

 

Os leitores Aquiles Fernando Gromick, Luciano Amaral e Marco Antonio Naletto, por intermédio de Alba Bruna Campanerut, encaminharam-me protestos que escreveram para a ombudsman deste jornal, Vera Cristina Guimarães Martins, contra crônica minha sobre a morte de Ghiggia.

Não tive direito à habitual "resposta", que geralmente é dada aos colunistas quando são contestados pelos leitores, embora tenha, no mesmo dia das críticas recebidas, um comentário não publicado. Acredito que tenham encaminhado aos respectivos leitores a minha resposta:

"No dia da morte do Ghiggia, alguém da Redação da Folha telefonou para mim pedindo uma opinião ou comentário sobre a morte de Ghiggia. Minha resposta textual foi essa: 'Não tenho nenhum comentário sobre a morte do jogador Ghiggia. Ele é um filho da puta'.

Não entendi por que a Folha destacou esta frase final e colocou-a com grande destaque na página em que tratou da morte do jogador.

Posteriormente, no domingo seguinte (19/7), escrevi (agora sim) uma crônica intitulada 'Ghiggia', publicada na página 2 (dedicada à opinião), no mesmo lugar em que há 19 anos escrevo. Destaco o final do meu texto:

(...) É comum no futebol considerar qualquer adversário, e, às vezes, até o juiz, com o palavrão mais usado por todo mundo.

(...) Grande parte da torcida gritou o mesmo palavrão que eu usei e continuo usando sempre que penso no gol de Ghiggia. Que, aliás, foi gentil e solidário com a tristeza dos brasileiros. Peço desculpas a ele, mas não mudo de opinião, (Folha, 19/7, pág. 2).

Favor encaminhar à ombudsman e ao editor do 'Painel do Leitor'."

Creio que não estou violando a ética do jornalismo em geral. Usei apenas o direito de resposta às ofensas recebidas. 

Folha de São Paulo, 26/07/2015