À entrada da campanha mediática, as eleições municipais, no prognóstico crítico das capitais do Centro-sul, dividem-se entre a manutenção teimosa dos empates técnicos, ou, de vez, dos jogos feitos. Curitiba e São Paulo se contrapõem ao Rio de Janeiro. Mas, se as diferenças mínimas entre as três candidaturas em Curitiba nascem das competições dentro das máquinas de governo, São Paulo contrasta neste frente a frente de Serra com Russomano. Desponta aí a candidatura vista, de saída, como inteiramente marginal, confusa, inclusive, até agora, na sua identidade evangélica, vinda de vários afluentes. E o anseio pela busca do novo ou, simplesmente, a manifestação de um cansaço, indicando a recusa às candidaturas óbvias de todo o sempre?
A certeza da vitória de Paes, no Rio, permite-lhe toda a desenvoltura para a escolha de um vice, a fortalecer o seu comando futuro. Não precisa de reforços. A candidatura Adilson Pires, de favelado histórico a de alta carga simbólica, serve-lhe, com a sigla petista, de desengaste do peemedebismo inercial à sua volta.
A interrogação critica vai, agora, ao peso direito que terá, ma mídia, a ação, de Lula, sobretudo em municípios fora desses jogos feitos, como Belo Horizonte, e a possível e esperada subida de Patrus Ananias. Mas o “vale-tudo” é do deslanche em São Paulo, no jogo de alianças por Haddad, começado por Maluf, a levar, finalmente, ao acordo em Marta Suplicy, preterida, no seu DNA petista, em favor do ex-ministro da Educação. De toda forma, as cidades-chave paulistas evidenciam, hoje, o contraste entre o peso específico do PT, até agora, e o que se pode esperar da voz de Lula, como evidencia a candidatura de Marcio Pochmann, em Campinas. Por outro lado, as candidaturas o sucesso, visto como de “favas contadas”, como a de Humberto Costa, no Recife, podem sofrer os primeiros percalços se Eduardo Campos quiser assentar, desde agora, o seu grand design federal. De toda forma, parece nítido o dado de que são o Norte e o Nordeste que mantém os maiores percentuais eleitorais de indecisos sobre quem votar. Ao contrário da cabeça quase feita do Centro-Sul, é esse o povo de Lula, que aguarda, ainda, a sua voz.
Jornal do Commercio (RJ), 31/8/2012