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Nova política financeira dos EUA

 

Leio que o pacote dos Estados Unidos aumenta o controle sobre os bancos. Aumentar o controle, quer dizer, aumento do Estado sobre a empresa privada, principalmente o sistema financeiro.


Tudo hoje depende dos bancos, que controlam a economia privada pelo crédito posto à disposição das empresas, e pelo recebimento de contas mensais. Trata-se de uma economia bancária devido à permuta entre os bancos e a empresa privada e o Estado como fiscal. E nos EUA, maior do que nos grandes centros econômicos mundiais.


Vimos que há poucos dias foram estabelecidos os créditos privados que os bancos dispõem para serem servidos. Ao mesmo tempo, os limites estabelecidos nunca são compatíveis com o das empresas. Nos EUA, o governo tem um controle limitado sobre os bancos. Agora, vai aumentar esse controle. Não sabemos de quanto, mas não será pequeno e também já fomos advertidos, como no passado, sobre a quebra da Bolsa de Nova York em 1929. O controle dos bancos não será tão duro como naquela época.


Como temos dito, agora o número de intervenções no sistema bancário americano é maior do que em 1929, mas não vai além de um controle limitado das operações normais. Toda a economia está na dependência dos EUA, não só pelo seu enorme mercado, mas também por sua influência na moeda-chave, o dólar, para as operações internacionais. Esse controle não é uma novidade, tendo sido praticado sempre pelo Federal Reserve.


Agora vem como política de Estado sobre todo o sistema bancário mundial, que fica sujeito a um corpo de leis uniforme para atender a todos os pedidos que lhe forem encaminhados pelos bancos do sistema mundial. Esta não é uma fase final da política financeira controlada pelos EUA, mas é uma fase transitória ao qual não ficarão presos alguns grandes bancos estrangeiros.


Tudo tem sua dimensão, a de agora é americana, cabendo-lhe a direção da política financeira mundial, que falará a linguagem de Washington, a única que será ouvida durante algum tempo. Foi com esse pensamento que tomamos conhecimento das manchetes a respeito do sistema financeiro internacional.


Diário do Comércio (SP) 3/4/2008