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Nocivo videogame

 

No Senado americano a senadora Hillary Clinton fez, em discurso, a análise da influência na formação da juventude da videomania no mundo inteiro, inclusive no Brasil. Competente advogada, Ms. Clinton dissecou perante seus pares e, pela repercussão, de toda a opinião pública dos Estados Unidos, a nova moda dos jovens de seu país, e, por extensão do mundo inteiro, onde os moços de ambos os sexos se entregaram e se entregam a essa nova moda eletrônica.


Quem leu o discurso de Ruy Barbosa no Senado da República deve ter na memória o verbo de fogo do grande tribuno, vergastando em César Zama o vício nefando que leva, não raro, o jogador pobre, iludido pela miragem da fortuna, às piores ações, inclusive a faltar com os deveres familiares, se não dispuser de recursos para as necessidades do lar.


O videogame está arrastando à prática freqüente do vício aos jovens desprevenidos, e já se noticia que atos condenáveis têm sido praticados pelos recém-viciados na moda. Por aí se vê até onde o videogame arrasta os viciados, muitas vezes pertencentes às classes abastadas. Caem no vício por fraqueza.


A influente revista britânica The Economist deu a página de face a esse premente assunto, e dedicou-lhe o comentário de abertura, com oportunas e judiciosas considerações sobre a praga que desabou - é bem o termo - sobre a juventude do mundo inteiro, com o avanço eletrônico que abarcou todas as classes, evidentemente por facilidade de acesso.


É, portanto, mais uma praga que infesta a civilização contemporânea, mais nociva do que outras pragas, destruidoras de parcelas da humanidade.


Devemos, em nome do destino da própria civilização, dar-lhe cabo, antes que sejamos aniquilados pela sua força tremenda, a força do jogo e sobretudo do jogo eletrônico que atrai os jovens.




Diário do Comércio (São Paulo) 23/08/2005

Diário do Comércio (São Paulo), 23/08/2005