Portuguese English French German Italian Russian Spanish
Início > Artigos > Não à guerra

Não à guerra

 

Parece que Saddam Hussein compreendeu qe sua situação é frágil e optou, com prudência, por fazer ir a Bagdá e outras localidades de seu país, os fiscais da ONU, para verem in loco que não há preparação de armas mortíferas, a fim de serem usadas se os Estados Unidos invadirem o que resta de livre para o ditador. Saddam Hussein só quer fazer guerra, mas essa pretensão tem um limite, e este já foi alcançado, tendo que ser o paradeiro último de uma tentação, que começou com o assassínio do rei.


O ditador Saddam Hussein é o único chefe de Estado que, mesmo com uma derrota acachapante dos Estados Unidos ou da ONU, acabou ficando no poder, com disposição ainda maior do que antesda invasão do Kuwait, para exercer o governo com o pleno domínio de vida e morte dos habitantes de seu país.


A inspeção da ONU, evidentemente, não é nem pode ser completa, pois Saddam é diabólico e sabe esconder o que não deve ser mostrado. Os inspetores verificam o que lhes é exibido, dão-se por satisfeitos, afirmam que está tudo em ordem e se vão para Washington preparar o relatório, que ninguém lê, nem mesmo os pesquisadores históricos. Foi o que ocorreu? Não sabemos, mas sabemos que Saddam não entrega os pontos com facilidade.


Até mesmo já nomeou um dos melhores homens de suas forças armadas para cuidar dos entendimentos com os inspetores da ONU e tranquilizar o mundo sobre suas intenções. Ninguém vai acreditar, pois o ditador só conhece uma linguagem, a da ameaça de guerra com os Estados Unidos, isto é, com o mais aparelhado sistema de ataque e defesa até hoje construído. Saddam, que já perdeu uma vez, não quer perder a segunda. Esse o motivo de sua aceitação da ONU.


Somos de opinião que os Estados Unidos, com a aliança da Inglaterra, não façam a guerra contra o Iraque. Não vamos ter guerra, por enquanto, ao que parece. O presidente George Bush, que quer vingar o pai, que não tem nada para ser vingado, vai se aquietar, principalmente por ter recebido conselhos para não atacar o Iraque, como fez no Afeganistão, onde venceu em poucos dias, com a aeronáutica de guerra, para depois ocupar o país com a artilharia. Foi, até agora, a melhor solução, pois um ataque americano poderia incendiar parte da Ásia e, talvez, o mundo inteiro, o que seria uma tragédia.


 


Diário do Comércio (São Paulo - SP) em 03/10/2002

Diário do Comércio (São Paulo - SP) em, 03/10/2002