O MST age como nenhum outro brasileiro que tem ou oferece à observação que o possua; o privilégio do medo do governo ou de sua assimilação.
Os estragos que o MST vem fazendo, alguns verdadeiramente revolucionários, nenhum brasileiro pode arvorar-se à mesma execução que é logo posto em prisão. Na fase pré-revolucionária de 1964, o agitador Julião pretendeu arrebanhar os lavradores ou pretendentes a tal para fazer um grande movimento de sem-terra e candidatos a uma quadra de hectares para explorar ou, como está ocorrendo, vendê-la. Todos se lembram que foi preso, destituído de seus direitos políticos e esquecido de uma vez por todas.
Não se passa o mesmo com o MST. É um movimento organizado de revolucionários, com lideres, entre eles João Stédile, que já inaugurou uma escola, patrocinada por grandes nomes das letras e do ensino superior, sob o patrocínio de Che Guevara, que como se vê, derrubou o Zumi, de tantas loas pelos assim chamados sem-terra.
O que importa assinalar, no entanto, é que o movimento dos sem-terra, o MST, goza de regalias que nenhum de nós, pobres mortais, com elas não contamos. Não é um movimento organizado. Recebem doações em dinheiro do presidente da República e de organizamos estrangeiros, fazem o que bem entendem e nem a polícia, nem as Forças Armadas têm o direito de os impedir nas suas estrepolias, que causam prejuízos para as propriedades invadidas e depredadas.
Que nome devemos dar a essa atitude do governo do presidente Lula, o amigo de Chávez e de outros presidentes. Na opinião que parece acertada é que o governo não quer transformar o MST num organismo legalmente constituído, com escritura em cartório e obrigação de concorrer para os cofres públicos com parcelas de sua receita.
É como se faz nos países onde as leis são severas contra os ameaçadores e depredadores da propriedade privada do Estado e dos cidadãos. Mas, nada acontece com os do MST, como vem acontecendo em Pernambuco. Diremos que o presidente, representando o Estado com todos os seus poderes, está com medo dos assim chamados sem-terra ou está com ele assimilado para realizar a reforma agrária, que já deveria ter terminado. É o que pensamos em face das notícias sobre os do MST e suas proteções, como se vê, vitoriosas.
Diário do Comércio (SP) 8/4/2005