Leio que o Banco Central tem medo do crescimento. O presidente do banco responsável pela moeda e o crédito, a inflação e, nas suas atribuições, pelo PIB, que é alcançado num regime de moeda estável e de inflação controlada. Está certo que o BC tema a inflação, mas seus dirigentes e o ministro da Fazenda estão de posse de todos os instrumentos necessários ao controle da bruxa maldita, que tanto nos fez sofrer há poucos anos.
O de que tem necessidade o Brasil é, exatamente, de crescimento econômico, a fim de que o grito de guerra do presidente Lula, contra a fome, na sua entrada para as numerosas portas, falsas e legitimas, do poder. O presidente do BC, que atuou nos Estados Unidos sabe, com fartura, que a grande nação do norte não teme, nunca temeu o crescimento. A grandeza dos Estados Unidos, particularmente no campo econômico, advém, sem dúvida, de sua audácia para crescer.
Mas, tenhamos crédito nos dirigentes da área econômico-financeira. O Brasil vai crescer, vai situar-se em posição mais cômoda dentre as nações, e não numa posição medíocre, como aqui mesmo comentei ema artigo anterior. O aquecimento da economia foi punido com uma alta de juros inesperada, depois de uma tentativa de situar esse módulo de política econômico-financeira numa posição decrescente, que não fazia supor a mudança comentada nos últimos dias.
Enfim, os dirigentes da política econômico-financeira têm demostrado critério, prudência e conhecimento de causa nas funções que assumiram. O Brasil ainda é será por muito tempo um país de investimentos, no qual os capitais estrangeiros têm confiança, como já demonstraram. Um desses investidores, o legendário Soros, sempre se manifesta a nosso favor. Por sua autoridade, deve nos servir de guia, para, enfim, acabarmos com a vergonha da miséria e da fome.
Diário do comércio (São Paulo) 03/11/2004